AGNU fracassa em salvar campo de refugiados Smara
- Equipe imprensa
- 1 de set. de 2019
- 2 min de leitura
Assembleia Geral das Nações Unidas - Rita Peres

O campo de refugiados Smara sofreu um ataque de substâncias químicas venenosas, que matou 100 pessoas, mais da metade por sufocamento, ontem, na Argélia. O partido marroquino Istiqlal é o principal suspeito da ação. Um drone encontrado pelas Forças Armadas Argelinas no local é a prova de acusação contra o partido. O equipamento foi produzido pelo Estados Unidos e pertence ao governo de Marrocos. Nenhum país foi responsabilizado.
Uma escola próxima ao atentado, que atende crianças e adolescentes saarauis, teve 30 mortos e 16 feridos. Um civil que perdeu sua família no atentado dirigiu-se aos países para cobrar atitudes eficazes sobre o atual contexto, e compartilhou sua perda. O discurso do cidadão não resposta dos representantes do Reino de Marrocos.
Uma funcionária do parlamento de Marrocos, testemunha do ocorrido que não quis se identificar, afirmou que, nos últimos três meses, o partido Istiqlal fez reuniões secretas. “Uma vez eu estava limpando depois do horário de fechamento das atividades parlamentares e, de repente, os membros do partido entraram na sala! Achei muito estranho e resolvi ficar escondida para ver... Escutei coisas tão estranhas: ouvi eles falando em done... dane... drane... não sei falar direito mas era alguma coisa com ajuda de Estados Unidos e de França, eles falava Malditos saarauis, malditos saarauis...”, contou.
A Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) acredita que o ataque tenha sido uma resposta de Istiqlal ao documento que trata sobre as torturas e mortes promovidas pela França, durante a guerra franco-argelina, e pelo Marrocos, na Marcha Verde. A AGNU propôs o debate sobre o ataque, mas, após muitas negociações, os membros presentes não conseguiram chegar a nenhum acordo. Devido a isso, não pode haver aprovação de medidas de proteção, cooperação, disponibilização de recursos ou algo referente ao território atingido.
Países africanos e a Frente Polisário movimentaram-se para requerer ajuda humanitária urgente, pois, acreditam que se trata de “violação dos direitos humanos”. França, Marrocos e Estados Unidos optaram por não se posicionar. Sem solução, segue a busca pela resolução sobre a quem pertencerá à titularidade do Saara Ocidental. Para que isso aconteça, será necessário que resolvam as questões sociais, individuais e políticas desse povo já tão debilitado.

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